ONU alerta para ‘espiral de caos’ após ataque dos EUA ao Irã: ‘Só há esperança na paz’

22 junho 2025 às 15h27

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Após o ataque dos Estados Unidos a três instalações nucleares no Irã, neste sábado, 21, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, usou as redes sociais para expressar preocupação com a escalada da tensão entre os países.
“Apelo aos Estados-Membros para que diminuam a tensão e cumpram as suas obrigações da Carta da ONU e de outras regras do direito internacional. Neste momento perigoso, é fundamental evitar uma espiral de caos. Não há solução militar. O único caminho a seguir é a diplomacia. A única esperança é a paz”, escreveu Guterres.
Secretário enfatizou que “não há solução militar” e alertou para o risco de que o conflito “saia rapidamente do controle, com consequências catastróficas para os civis, a região e o mundo”.
Ataque americano
O presidente norte-americano, Donald Trump, confirmou o ataque por meio da rede Truth Social. Segundo ele, os bombardeios atingiram as instalações nucleares de Fordow, Natanz e Esfahan, consideradas estratégicas no programa atômico iraniano.
“Concluímos nosso ataque bem-sucedido às três instalações nucleares no Irã, incluindo Fordow, Natanz e Esfahan. Todos os aviões estão agora fora do espaço aéreo iraniano. Uma carga completa de bombas foi lançada na instalação principal, Fordow”, afirmou Trump.
A instalação de Fordow, subterrânea, tem capacidade para operar cerca de 3 mil centrífugas destinadas ao enriquecimento de urânio, segundo a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), órgão da ONU para questões nucleares.
“Todos os aviões estão em segurança a caminho de casa. Parabéns aos nossos grandes guerreiros americanos. Não há outro exército no mundo que pudesse ter feito isso. Agora é a hora da paz”, completou o presidente norte-americano.
Conflito Irã-Israel
O ataque ocorre em meio à escalada do conflito entre Irã e Israel, aliado histórico dos Estados Unidos. Desde o dia 13 de junho, Israel iniciou ataques ao território iraniano sob a justificativa de que Teerã estaria prestes a desenvolver armas nucleares. O governo iraniano nega a acusação e afirma que o programa atômico do país tem fins pacíficos.
Na tentativa de conter o agravamento do conflito, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, se reuniu na sexta-feira, 20, com líderes do Reino Unido, França e Alemanha, em Genebra, Suíça. O encontro buscou uma solução diplomática para a crise.
Foi também em Genebra que, em 2013, foi assinado o primeiro acordo entre o Irã e as potências mundiais, impondo limites ao programa nuclear iraniano em troca da retirada de sanções econômicas. Em 2018, no entanto, Donald Trump retirou os Estados Unidos do acordo durante seu primeiro mandato.