Caso suspeito de gripe aviária em Goiás tem resultado negativo, mas Agrodefesa mantém vigilância ativa no estado

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) divulgou, nesta sexta-feira (30), uma nova atualização sobre os casos suspeitos de gripe aviária no Brasil. Atualmente, 12 investigações estão em andamento.

Além de Goiás, os casos em análise estão distribuídos entre Minas Gerais (com o maior número de notificações), São Paulo, Rio Grande do Sul, Bahia, Mato Grosso do Sul e Ceará.

Segundo o Mapa, desde o início do monitoramento foram notificadas 4.047 suspeitas de influenza aviária em todo o país. Desse total, 1.126 amostras foram coletadas para análise laboratorial. As investigações fazem parte do protocolo de vigilância para a Síndrome Respiratória e Nervosa das Aves, que inclui a detecção de vírus como a Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP).

O alerta aumentou após a confirmação, há cerca de duas semanas, de um caso de IAAP em uma granja de aves comerciais no Rio Grande do Sul, o que resultou em medidas restritivas e comerciais por parte de diversos países.

Gripe aviária em Goiás: o que se sabe até agora

Ao Jornal Opção, o secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Pedro Leonardo, disse que todos os testes foram realizados e resultaram negativos.

A Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) descartou nesta semana a suspeita de influenza aviária no município de Barro Alto. A investigação foi conduzida de forma preventiva após a chegada de ovos férteis oriundos do Rio Grande do Sul, estado que recentemente notificou foco da doença.

De acordo com Rafael Vieira, diretor técnico da Agrodefesa, a atuação do órgão seguiu os protocolos de vigilância estabelecidos para a detecção da doença. “Nós fazemos dois tipos de vigilância: uma ativa e uma passiva. A vigilância ativa é quando vamos atrás da investigação, e a passiva ocorre quando recebemos denúncias ou notificações de suspeita por parte de produtores ou profissionais da área”, explicou Vieira ao Jornal Opção.

O caso em Barro Alto foi detectado a partir da vigilância ativa, iniciada após o registro de foco no Rio Grande do Sul. Segundo Rafael, a equipe da Agrodefesa rastreou possíveis remessas de ovos ou aves vivas oriundas daquele estado para Goiás.

“Verificamos que Goiás tinha recebido 20 ovos férteis, que vieram do Rio Grande do Sul. Eram ovos de aves ornamentais, adquiridos por uma colecionadora que queria reproduzir essas aves”, relatou.

Durante a inspeção na propriedade, uma ave foi encontrada com sintomas respiratórios. Embora os sinais não fossem considerados graves, a Agrodefesa optou pela coleta de material biológico.

“Achamos prudente fazer a coleta, porque havia o histórico da origem dos ovos. Realizamos a eutanásia da ave doente e colhemos órgãos para análise. Também destruímos os 20 ovos, por precaução”, disse o diretor técnico.

As amostras foram enviadas para o laboratório de referência, que confirmou resultado negativo para influenza aviária. “O caso foi finalizado na segunda ou terça-feira desta semana. O resultado veio como negativo, como já esperávamos”, afirmou.

Atualmente, não há nenhuma suspeita ativa de influenza aviária em Goiás. Segundo Rafael Vieira, o único monitoramento em curso na região é no Distrito Federal, onde aves do zoológico local apresentaram sintomas.

“Foram encontradas aves doentes, mas não necessariamente com influenza. Estamos em um momento de alerta, então qualquer ave com sintomatologia respiratória, nervosa ou morta sem explicação precisa ser investigada”, completou.

O estado é um dos maiores produtores de aves do Brasil e, portanto, uma possível confirmação poderia impactar diretamente as exportações e o abastecimento interno.

Exportações afetadas pela gripe aviária

Diante dos focos registrados, diversos países suspenderam temporariamente as importações de carne de frango brasileira. A China impôs uma proibição total às importações do Brasil nesta sexta-feira (30), somando-se a outras nações como União Europeia, México, Coreia do Sul e Argentina.

Confira a situação das suspensões:

• Suspensão total: China, União Europeia, México, Coreia do Sul, Chile, África do Sul, Jordânia, Peru, Canadá, entre outros.
• Suspensão restrita ao estado do Rio Grande do Sul: Arábia Saudita, Reino Unido, Rússia, Turquia, Cuba, entre outros.
• Suspensão limitada ao município de Montenegro (RS): Emirados Árabes Unidos e Japão.

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