Morte de cisne negro no Zoológico de Goiânia é a 8ª suspeita de gripe aviária em Goiás; todos casos foram descartados

10 junho 2025 às 11h32

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A morte do cisne negro no Parque Zoológico de Goiânia é o 8º caso suspeito de gripe aviária (H5N1) já registrado em Goiás desde 2023. O parque foi fechado para visitação nesta segunda-feira, 9, após o próprio Zoológico notificar a Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) sobre o óbito do animal residente.
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Até o momento, em nenhum dos casos foi confirmada a doença, exceto no cisne, que aguarda o resultado da perícia. De acordo com o diretor de Defesa Agropecuária da Agrodefesa da Agrodefesa, Rafael Vieira, amostras coletadas da ave foram enviadas para o Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA) do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), em Campinas (SP), para serem analisadas.
Enquanto aguardam o resultado, a Prefeitura de Goiânia anunciou o fechamento por 10 dias do Zoológico. A ação segue orientação do Mapa e da Agrodefesa, a fim de evitar a possível contaminação de outros animais vertebrados endotérmicos no local, que agora também são monitorados pelo Estado e por veterinários do parque.
“Como a condição epidemiológica que estamos atravessando é mais preocupante e as notificações têm aumentado, a gente precisa fazer a avaliação clínica e colheita de amostras daqueles animais que estão com sintomas ou animais que são encontrados mortos. Estamos falando de uma doença que, além de ser uma zoonose, representa um impacto econômico para a avicultura comercial”, explica.
A suspeita surgiu devido aos sintomas que o cisne negro apresentou, como letargia, dificuldade de nadar, pescoço esticado e lesões de hemorragias pelo corpo – sinais característicos de influenza. O animal reside de forma livre no Zoológico, que também costuma receber aves migratórias – possíveis transmissoras da doença, caso seja confirmada.
No caso de confirmação, os animais sintomáticos vão passar a ser monitorados para controlar o avanço da doença, que pode ser transmitida à humanos por meio da respiração. A ação é diferente da observada em aves comerciais, que são submetidas a eutanásia, de acordo com Rafael Vieira. O procedimento é necessário para realizar a necrópsia, colheita de material e confirmação de diagnóstico.
“A doença que nem sempre vai causar a mortalidade em aves silvestres. Vamos fazer o acompanhamento desse plantel até termos a segurança de que a doença não está sendo mais transmitida entre os animais. A aplicação desse tipo de medida não tem embargos econômicos, se a gente estiver falando de aves silvestres. Se for um plantel comercial tudo muda, sendo necessário usar o plano de contingência para conter uma emergência sanitária”, reforçou.
Doença transmissível
No Brasil, desde 2023, foram registrados 172 casos de influenza aviária em aves silvestres e mamíferos marinhos, conforme o diretor da Agrodefesa. Além disso, houve a confirmação de quatro casos em aves de subsistência e um caso em aves comerciais. São mais de 4 mil atendimentos em pouco mais de dois anos.
Em relação aos humanos, Rafael Vieira conta que não existe comprovação científica de transmissão a partir do consumo de alimentos, como ovos e carne de frango. Porém, há registros comprovados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) de pessoas contaminadas por meio do ar. Ou seja, pela respiração.
“A doença aviária zoonótica é uma doença com potencial letal, preocupante para os trabalhadores, para as pessoas que lidam diretamente com essas aves. É uma doença transmitida por via respiratória, a partir do contato com animais doentes. A gente sempre orienta para que as pessoas, ao encontrarem animais doentes, não os manipulem e sim informe a agrodefesa para este atendimento”, concluiu.